terça-feira, 14 de agosto de 2007

Afinal de contas, qual a melhor forma de encontrar vulnerabilidades?

Existem três abordagens básicas para descobrir vulnerabilidades: testes white box, black box e gray box. A diferença entre os três pode ser analisada pelo prisma dos recursos disponíveis para o testador. Em um extremo, temos o teste white box, cuja abordagem requer acesso completo a todos os recursos. Incluindo código fonte, desenho e até um conversa com o programador. No outro extremo encontra-se o teste black box, onde os recursos internos do sistema são indisponíveis. O teste de penetração é um exemplo dessa abordagem. Já os testes gray box não possuem uma definição bem estabelecida. Mas vamos combinar que para esse tipo, o testador tem acesso as bibliotecas compiladas e, em alguns casos, documentação básica.

Teste white box
Essa abordagem explora em profundidade o código fonte na tentativa de localizar falhas de segurança. A análise de código fonte pode ser realizada manualmente, impraticável em grande escala, e automatizada pelo uso de ferramentas de análise de código fonte.

Vantagens

  • Cobertura - pelo fato do código fonte estar disponível, uma revisão de código permite sua cobertura total. Todos os fluxos de código podem ser auditados na busca de vulnerabilidades. Isto pode levar a falsos positvos, à medida que nem todos os fluxos sejam verificados.
Desvantagens
  • Complexidade - a análise dos resultados gerados pelas ferramentas é de muita complexidade, pois exigem uma revisão criteriosa de cada registro para verificar se realmente corresponde a uma vulnerabilidade.
  • Disponibilidade - o código fonte nem sempre é um recurso disponível.
Teste black box
Essa abordagem implica que seu conhecimento corresponde apenas aquilo que pode ser observável, assim como um usuário final. Assim como para o teste caixa branca, esta abordagem é realizada de maneira manual e automatizada, sendo esta conhecida como Fuzzing.

Vantagens

  • Disponibilidade - aplicáveis sempre, inclusive nas situações onde o código fonte esteja disponível.
  • Reproducibiliade - pelo fato deste teste não levar em conta pressupostos sobre o alvo, a ação pode ser reproduzida para diversos sistemas.
  • Simplicidade - mesmo que abordagens que usem engenharia reversa requeiram habiliades especializadas, o teste black box em seu nível básico pode ser conduzido sem um conhecimento interno denso da aplicação.
Desvantagens
  • Cobertura - um dos maiores desafios é saber quando parar os testes quão efetivo ele tem sido.
  • Inteligência - o teste black box é mais indicado para cenários onde a vulnerabilidade é causada por vetor de ataque individual. Ataques complexos podem, entretanto, exigir múltiplos vetores de ataque e nesses casos é necessário um entendimento profundo da aplicação, possibilitado pelo acesos ao código fonte.
Teste gray box
Este teste uso como recurso determinante o acesso ao binário da aplicação, sendo sua avaliação de segurança também conhecida como auditorida de binário. Assim como para as outras abordagens, esta é realizada manualmente ou com o uso de ferramenta. Vale ressaltar que o que pode não ser automatizado é a análise e não o desassembly.

Vantagens

  • Disponibilidade - com exceção de aplicações web remotas, o binário está sempre disponível.
  • Cobertura - informação obtida com esta análise pode ser utilizada na melhora da técnica black box.
Desvantagens
  • Complexidade - A engenharia reversa é uma habilidade especializada e consequentemente recursos podem não estar disponíveis para sua realização.
Infelizmente, quando se trata de segurança, não existem soluções simples isoladas, que transformem seu software em algo seguro. Isso se aplica também para a localização de vulnerabilidades. Se nem a combinação das abordagens anteriores assegura que todas as vulnerabilidades sejam encontradas, individualmente é que elas não resolvem mesmo.

Nenhum comentário: